31/10/2020

Celebrando o dia de finados, dizíamos que não era uma festa de luto e de lágrimas, como é para muitos, mas um dia de alegria, porque o que é morte para nós é vida para Deus. Hoje nos lembramos de todos os santos. Temos certeza de que são contados entre eles todos os que procuraram imitar o exemplo de Jesus e ser fiéis aos seus ensinamentos. Porém, as leituras de hoje convidam-nos a lembrar não só dos declarados santos pela Igreja e os que deixaram este mundo, mas também de tantos santos que ainda estamos na terra lutando para propagar a alegria do Evangelho, conforme o mandato de Jesus. Anunciando ao mundo inteiro que Jesus quis participar da nossa história para ensinar-nos a ser gente, de acordo com o projeto de Deus, e para declarar-nos: "Vos disse todas estas coisas para que a minha alegria esteja em vós e a vossa felicidade seja completa". Mostra-nos também o Caminho que devemos seguir, a Verdade em que podemos acreditar, mesmo vivendo num mundo dominado pela mentira, para conseguir a Vida que todos queremos ter aqui na terra, e que nos dá o direito de rezar o "Pai nosso" com a certeza de que, terminada a nossa missão na terra, participaremos para sempre de sua glória. 

Ser proclamado santo pela Igreja é secundário, e não acrescentará nada em nossa felicidade eterna. Quando a Igreja nos apresenta como santos, seu desejo é para que eles nos sirvam de exemplo. Como eles chegaram à santidade seguindo o exemplo e os ensinamentos de Jesus, também nós chegaremos ao Reino do céu seguindo o mesmo caminho. Este é o conselho que nos dá o apóstolo São Paulo: "Sede os meus imitadores com eu sou imitador de Cristo". 

Devemos prestar mais atenção quando rezamos o Pai-Nosso! Nós temos muita pressa em rezar, pensando que o que vale é falar muito como se precisássemos convencer a Deus, quando o mais importante é entender o significado do que falamos para depois colocá-lo em prática. Por isso, Jesus nos alerta: ''Não é todo aquele que diz: 'Senhor! Senhor!' que entrará no Reino do céu, mas quem fizer a vontade de Pai". Eu creio que Deus está cansado de conversa fiada, de ouvir pedidos, e promessas, que muitas vezes não cumprimos, como se Ele fosse um empresário com quem nós devemos negociar. Tenho certeza de que Ele gostaria mais que nós aprendêssemos a agradecer por tudo o que nós somos e temos que foi Ele que nos deu. Isto faria que Ele fosse ainda mais generoso conosco, nos sentiríamos mais felizes, teríamos mais paz, e seríamos mais otimistas. 

Somente temos um caminho para construir: um ambiente de paz e de felicidade que todos gostaríamos de encontrar neste mundo e para alcançar a felicidade eterna. E imitar o exemplo que Jesus, como homem, nos deu. Além disso, seguir os seus ensinamentos, e procurar, não só rezar, mas sobretudo viver tudo o que ele nos ensina com a oração do Pai-Nosso. Foi isto que ele fez durante toda a sua vida, com todas as dificuldades e sofrimentos que enfrentou, até a morte de cruz. Esta foi a sua contribuição para que, livres dos nossos pecados, encontremos a paz e a felicidade ainda neste mundo, e, participando de sua vida de ressuscitado, possamos também ressuscitar com ele e participar da Vida Eterna. 

Salvam-nos, não as palavras, mas as obras! Encontramos a felicidade, não nas riquezas, mas no desprendimento das coisas materiais! 

Fonte/Autor: Monsenhor Antônio Santclements Torras

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